Fisiologia do orgasmo feminino
Para começar, ambos os gêneros desenvolveram prazer no sexo. Esse prazer é a causa imediata da relação sexual, cujo objetivo final é o sucesso reprodutivo. Se considerarmos também os padrões que caracterizam o orgasmo feminino, a conclusão é ainda menos convincente. Durante o orgasmo em ambos os sexos, ocorrem aumentos consideráveis nas pulsações (de 70 a 80 a 150 batimentos por minuto), na pressão arterial (de 120 a 250 mmHg no clímax) e na respiração, que se torna mais profunda e rápida até que, quando o momento do orgasmo se aproxima, fica ofegante. No final, o rosto se contrai, com a boca bem aberta e as narinas dilatadas, como atletas em seu nível máximo de esforço, já com falta de ar.
O que distingue o orgasmo feminino é uma série de contrações rítmicas na região perineal, na vagina e no útero. Tais contrações têm uma função absorvente do esperma, além disso, aumenta sua retenção no canal vaginal, em tradução livre para o português. Por esse motivo, as hipóteses evolutivas que mais têm respaldo entre os cientistas referem-se ao papel do orgasmo como mecanismo de retenção de espermatozoides no trato sexual feminino.
Finalmente, se considerarmos que o orgasmo é seguido por um período considerável de exaustão e sono, pode-se deduzir que outra de suas funções adaptativas é induzir o repouso horizontal após a cópula. Isso favorece a retenção de esperma e, portanto, aumenta as chances de a mulher ser fertilizada.
Essa moleza pós-coito é outra diferença do orgasmo humano em relação aos demais primatas, o que se prova fundamental para a fêmea do único mamífero cuja vagina, em decorrência do bipedismo, se abre na posição vertical, o que acaba indiretamente por favorecer a queda gravitacional do fluido espermático.